sexta-feira, 19 de abril de 2013

CORINTHIANS TREINA COM TRÊS ATACANTES

Corinthians quer se adaptar a três atacantes para aumentar gols fora de casa na Libertadores O técnico Tite começou a dar indícios nos treinamentos de que pode, finalmente, optar com uma formação com três atacantes: Emerson Sheik, Alexandre Pato e Paolo Guerrero. Um dos motivos para aumentar o poder de fogo seria marcar mais gols fora de casa na Libertadores. Agora, a partir da fase eliminatória, o gol marcado como visitante passa a ter papel fundamental, já que vale como critério de desempate. O próprio Tite já disse que gostaria sempre de decidir em casa. No entanto, como fez a quarta melhor campanha da primeira fase, o time provavelmente terá que decidir fora de seus domínios em algum momento, caso avance na competição. “Em diversos campeonatos fui campeão jogando ou não em casa. Pelo Grêmio, na Copa do Brasil, foi fora. Vencemos o Corinthians em São Paulo. A maturidade da equipe conta muito. Mas prefiro sempre jogar o segundo em casa”, afirmou. Nesta Libertadores, o Corinthians marcou apenas dois gols fora de casa. Um no empate contra o San José, na Bolívia, e outro na vitória contra o Millonarios, na Colômbia. Ao todo, o ataque alvinegro balançou a rede 10 vezes em seis jogos. Oito gol foram marcados no Pacaembu. Ou seja, 80% das vezes em que marcou, o time jogava em casa. Para se ter uma ideia de comparação, o Atlético-MG, equipe que teve a melhor campanha na primeira fase do torneio, fez sete gols em território inimigo. Ao todo, marcou 16 vezes, sendo que nove delas foram em Minas Gerais. Um número muito mais equilibrado do que o do Corinthians. Com a consciência da importância do gol marcado fora, o Corinthians deve começar a apostar, mesmo que seja somente no decorrer dos jogos, em uma formação mais ofensiva, com três atacantes. Em vários jogos do Campeonato Paulista, o comandante Tite já vem utilizando esse expediente. Para o lateral Fabio Santos, a consistência defensiva do time permite esse tipo de modificação, mas um dos atacantes precisa ajudar na marcação. “A gente não muda muito a característica de jogar atrás, muda o poder ofensivo. Mesmo jogando com três atacantes, um vai ter que voltar. Isso é um teste que o Tite vem fazendo para um momento em que o time precise ser mais arrojado”, definiu. Na formação com três atacantes, Alexandre Pato entraria no lugar de Romarinho, que atualmente está compondo o meio de campo do Corinthians, em uma função que já foi exercida também por Jorge Henrique e Renato Augusto.

MENSALÃO: RÉUS PODERÃO RECORREM À OEA.

A possibilidade de réus condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, recorrerem a órgãos de julgamento internacionais da Organização dos Estados Americanos existe e pode levar a interessantes discussões, em âmbito internacional, sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que condenou 25 réus. Ao entregar seu voto revisado para a publicação do acórdão, que deverá ser feita nesta sexta-feira (19/4), o ministro Celso de Mello diz que é possível que o processo chegue à Corte Interamericana de Direitos Humanos e que o Brasil terá de acatar a decisão, seja qual for. José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo, na última semana, que irá recorrer de sua condenação à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Dirceu foi condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa a dez anos e dez meses de prisão. O ex-ministro afirma que o STF não apenas o condenou sem provas, como não levou em contra a “contraprova” que sua defesa fez no processo. E, por isso, promete levar o caso às cortes internacionais de Direitos Humanos. Um trecho do voto do decano do Supremo, Celso de Mello, revela que o recurso a que se refere Dirceu é possível. O voto traz a discussão travada durante o julgamento sobre a competência dos organismos internacionais em relação às decisões da Justiça brasileira. O debate foi provocado por uma preliminar levantada pela defesa dos réus Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado. Os dois pediram a suspensão do processo alegando que o julgamento deveria esperar o resultado da denúncia apresentada por eles à Comissão Interamericana de Direitos Humanos por cerceamento de defesa. O pedido foi rejeitado por unanimidade e Fischberg e Quadrado, que eram sócios da corretora Bônus Banval, foram condenados por lavagem de dinheiro. Em seu voto, o ministro Celso de Mello afirma que o fato de haver um procedimento em trâmite na comissão da OEA não impunha a suspensão do processo. Mas foi além, e disse que o Brasil se submete, sim, por vontade própria, às decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos. De acordo com o ministro, pessoas físicas ainda não têm legitimidade para instaurar processo perante a Corte da OEA. A legitimidade se restringe aos Estados que compõem o órgão internacional e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A Comissão é a chave para que o caso venha a ser julgado internacionalmente. A Corte pode receber qualquer processo no qual a Convenção Americana de Direitos Humanos não tenha sido respeitada — exatamente o que alegam alguns réus. Para que o caso chegue ao tribunal internacional, os condenados devem recorrer à Comissão Interamericana, que faz a análise dos casos e elege quais devem ser submetidos à Corte. A Comissão funciona, na prática, como um filtro. Já há o processo de dois réus em análise no órgão. E Dirceu promete levar seu caso para lá. Segundo o ministro Celso de Mello, nada impede que, esgotada a jurisdição interna, a Comissão submeta o caso à Corte Interamericana, “em ordem a permitir que esta exerça o controle de convencionalidade”. No voto, o decano ressalta: “Não custa relembrar que o Brasil, apoiando-se em soberana deliberação, submeteu-se à jurisdição contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o que significa, considerado o formal reconhecimento, por parte de nosso país, da competência da Corte (Decreto 4.463/2002), que o Estado brasileiro comprometeu-se, por efeito de sua própria vontade político-jurídica, 'a cumprir a decisão da Corte em todo caso' de que é parte (Pacto de São José da Costa Rica, Artigo 68). ‘Pacta sunt servanda’...”. Trocando em miúdos, o Brasil, tem, sim, de cumprir as determinações da corte internacional. Ainda de acordo com o ministro, o Brasil não pode justificar, com base em “regras domésticas, o inadimplemento de suas obrigações convencionais, sob pena de cometer grave ilícito internacional”. Noutro trecho da discussão, que comporá o acórdão, Celso de Mello rememora que no final do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, por meio do Decreto 4.463, 8 de novembro de 2002, o país reconheceu como obrigatórias a jurisdição e a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, “em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação desta Convenção (Pacto de São José da Costa Rica)”. Segundo o ministro, esse fato “legitima o exercício, por esse importante organismo judiciário de âmbito regional, do controle de convencionalidade, vale dizer, da adequação e observância, por parte dos Estados nacionais que voluntariamente se submeteram, como o Brasil, à jurisdição contenciosa da Corte Interamericana, dos princípios, direitos e garantias fundamentais assegurados e proclamados, no contexto do sistema interamericano, pela Convenção Americana de Direitos Humanos”.

ASFALTO: CAI VENDAS

Vendas de asfalto registram o pior desempenho desde 2011 DE SÃO PAULO As vendas de asfalto no país no primeiro trimestre deste ano foram as piores desde 2011, segundo um levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de São Paulo (Sinicesp). Nos três primeiros meses de 2013, a indústria comercializou pouco mais de 464 mil toneladas do pavimento em todo o país. No ano anterior, foram 567 mil toneladas e, em 2011, pouco mais de 501 mil toneladas no 1º trimestre. O responsável pela queda na comparação com os anos anteriores foi o mau tempo, segundo João Leopoldino Neto, da entidade. "O excesso de chuva foi acima do normal e atrapalhou o andamento de diversas obras. Normalmente é uma questão prevista em todo começo de ano, mas neste foi maior do que esperávamos", afirma João Leopoldino do Sinicesp. A brita, outro produto muito utilizado na construção pesada e presente na maioria das obras rodoviárias e de infraestrutura, também apresentou números inferiores aos do ano passado, conforme o sindicato. Foram comercializados pouco mais de 7,6 milhões de toneladas nos três meses iniciais deste ano ante os 8 milhões de toneladas de 2012. A tendência é que o setor comece sua recuperação já no próximo mês, segundo Leopoldino. "O mercado deverá crescer 10% neste ano com as licitações para as obras nas estradas do Estado de São Paulo. O governo já anunciou R$ 1 bilhão neste mês e outros R$ 2 bilhões serão anunciados nos próximos meses." *