quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CIRO GOMES MUDA DOMICILIO ELEITORAL PARA SÃO PAULO

Ciro descarta disputar em SP, mas aliados veem plano B em mudança de endereço eleitoral


O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) vai transferir amanhã seu domicílio eleitoral para São Paulo. Lideranças do PSB dizem que Ciro continua disposto a disputar a Presidência. Mas partidos aliados do PSB informam que a transferência sinaliza um possível plano B para o futuro político de Ciro --tanto como candidato ao governo de São Paulo quanto como vice da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

Lideranças do PSB rejeitam essa possibilidade. "Já tomamos a decisão do Ciro disputar a Presidência. A transferência é apenas para se colocar à disposição do partido. O PSB achou que deveria deixar todas as alternativas abertas, mas a decisão é a candidatura à Presidência", afirmou o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

"Ele me ligou dizendo que desde que essa história de mudança de domicílio surgiu, sua candidatura cresceu nacionalmente", disse o presidente do PSB-SP, Márcio França "Além disso, ele tem uma relação com o Estado."

Para aliados de Ciro, a mudança mostra que deputado terá uma alternativa futura caso desista de disputar a Presidência.

"Ele passa a ter um plano B, de sair candidato em São Paulo. Vai testando seu nome e lá na frente analisa se a candidatura à Presidência se viabilizará", disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente do PDT apurou que, dentro do PSB, o sentimento é esperar o máximo para definir qual será a candidatura de Ciro. Se o deputado mantiver o recente crescimento registrado nas pesquisas, será lançado para o Planalto. Do contrário, o PSB avalia que Ciro tem reais chances de se eleger para o governo estadual.

Interlocutores do PSDB dizem acreditar que Ciro não sairá mesmo candidato ao governo de São Paulo porque essa vaga será ocupada pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf.

Já integrantes do PT dizem que Ciro tenta se viabilizar como vice de Dilma. Eles afirmam que essa possibilidade combinaria o sonho de Ciro de participar da campanha presidencial sem prejudicar a aliança PT-PSB nos palanques estaduais. Também dizem que Ciro seguiu fez até agora tudo o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a ele: mudou o domicílio eleitoral e vai esperar o PSB para decidir sua candidatura.

"Não muda nada"

O PSDB diz que a mudança de domicílio eleitoral de Ciro não muda nada. "Temos nossa programação clara e definida. Ciro em São Paulo não muda em nada", disse o presidente estadual do PSDB-SP, Mendes Thame.

SUSPENSO REPASSE DO FUNDO PARTIDARIO AO PPS

Em sessão administrativa realizada na noite desta terça-feira (29), o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indeferiu pedido de reconsideração do Partido Popular Socialista (PPS) e manteve a desaprovação das contas da legenda referentes ao exercício de 2005. Com isso, o repasse do fundo partidário ao PPS será suspendo por um ano, a partir da publicação da decisão no Diário de Justiça Eletrônico.

O TSE já havia desaprovado as contas do PPS em fevereiro deste ano, mas o partido continuou a receber o fundo partidário porque, a pedido da agremiação no último mês de maio, o Tribunal concedeu efeito suspensivo à decisão de desaprovar as contas até o julgamento definitivo do pedido de reconsideração, o que ocorreu na noite de ontem.

Por falta de previsão legal, o TSE negou também pedido do PPS para que a suspensão do repasse do fundo partidário fosse proporcional ao valor do montante movimentado de forma considerada irregular, que somou R$ 177.069,92,ou 15,12% do total de R$ 1.171.187,30 recebidos pelo PPS em 2005.

Irregularidades

O Plenário acompanhou, por unanimidade, o voto do relator da prestação de contas, ministro Fernando Gonçalves, que por sua vez seguiu parecer da área técnica do TSE e manteve a desaprovação das contas pelos seguintes motivos: a) ausência de documentação comprobatória de gastos efetuados com recursos do fundo partidário no valor total de R$ 134.180,44; b) aplicação irregular de recurso do fundo partidário em donativos e contribuições no valor total de R$ 42.889,48; c) descumprimento do artigo 34 da Lei dos Partidos Políticos (9.096/95), pela ausência de registros contábeis e de comprovação do recolhimento das retenções efetuadas; d) inobservância do artigo 3º da resolução 21875/04 do TSE, referente ao prazo estabelecido para repasse de recurso do fundo partidário à Fundação Astrogildo Pereira; e)existência de falha na escrituração contábil que comprometem a fidedignidade dos registros bem como a inobservância das normas brasileiras de contabilidade; f)descumprimento da obrigação de realizar alteração estatutária prevista no artigo 2º da resolução 21.841/04 do TSE.

O ministro Fernando Gonçalves ressaltou ainda que o os técnicos do TSE analisaram as contas do PPS seis vezes, o que proporcionou ao partido diversas oportunidades de sanar as irregularidades.